domingo, 1 de junho de 2008

The Grudge (2004)



"The Grudge", remake americano do original japonês "Ju-On", tinha muito por onde pegar para ser um grande filme de terror... mas faltaram-lhe as asas.
Para começar, qual não é o nosso espanto quando a heroína é nada mais nada menos do que a Buffy (Sarah Michelle Gellar), implacável caçadora de vampiros. E a malta pensa: não são meia dúzia de fantasmas nipónicos que lhe dão uma coça! Ora bem, os espíritos japoneses, mesmo sem espadas de samurai, não se comparam aos fracotes vampiros americanos. E já era altura de a Buffy levar uma coça.
Gozo à parte, este devaneio pelo universo de "Buffy the Vampire Slayer" recorda-nos que há algo de vampírico no conceito original de Ju-On: a primeira vítima torna-se o monstro, as suas vítimas novos monstros, por aí fora..., criando, mais do que uma maldição, uma epidemia de espíritos vingativos.
Mas nada disso foi aproveitado. Aqui a história é simplesmente um remake americanizado: o marido ciumento mata a mulher devido à paixão desta pelo professor do filho, só que desta vez o professor é um estrangeiro a viver em Tóquio. Ao contrário do professor do filme original, este não tem ideia de que é alvo de tal paixão, o que faz da futura vítima uma potencial "stalker" (muito à americana), que continua a sê-lo depois de morta. Ou seja, o crime a que foi sujeita deixa de ser a razão da fúria vingativa para se tornar, tão só, a desculpa para esta dar vazão aos seus instintos doentios depois de assassinada (já não é a dona de casa japonesa Kayako; é o serial killer, linchado pela vila, Freddie Kruger). Esta subtileza muito na moda (o "fantasma" do serial killer) é a principal diferença de fundo. A sangria subsequente é mais do mesmo e não vale a pena. Uma desilusão.
Curiosamente e pouco comum nestas andanças, o filme foi realizado pelo mesmo Takashi Shimizu que fez o original. Então o que aconteceu? Faltaram-lhe as ideias? Pergunta-se, e bem, nesse caso para quê fazer um remake? Será porque o franchising vendeu bem com "Ringu" (original de 1998) e subsequente "The Ring" (2002)? Pois, é que aqui os monstros também quase que saem da televisão. Só não saem porque o plágio seria muito descarado.
Só o gato zombie é que salva isto tudo do mais completo tédio.

12 em 20.

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