terça-feira, 17 de maio de 2005

"Não, é mesmo assim."

Hoje fui tomar café ao sítio do costume, onde já tinha reparado que a senhora atrás do balcão não parava de olhar para mim de forma esquisita, e hoje perguntou-me:

"A menina desculpe, eu andava para lhe perguntar isto há uns tempos mas nunca perguntei... Olha, é hoje que vou perguntar."

"Sim?..."

"A menina anda sempre tão triste. É por alguma razão ou..."

Imediatamente soltei o meu sorriso Pepsodent, isto é, tirei a cara séria e pus uma máscara para a polaroid, e disse estupidamente:

"Não, é mesmo assim."

Uma ou duas horas depois voltei a entrar no mesmo sítio com a mesma cara de enterro.

Porque é que não se vão foder?

Por outro lado, se conhecerem possibilidades de carreira numa casa mortuária para uma mulher que gosta de trabalhar à noite (porque afinal não se morre só de dia), I'm your man. (Mulher, whatever.) Contem comigo para a cara de funeral, com todo o gosto.

Isto é tudo uma questão de não saber aproveitar as pessoas para aquilo que elas nascem. Que idiotice.

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